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terça-feira, 30 de abril de 2013
FABERGE.
A família Fabergé era da Picardia, região setentrional da França. Sendo protestantes, os Fabergés fugiram às perseguições religiosas, em 1685, e se espalharam pela Europa. Gustav, pai de Peter Carl Fabergé, mudou-se para São Petersburgo em 1842, abrindo uma loja de ourivesaria e joalheria num acanhado porão da rua Morskaya. O negócio prosperou, e os Fabergés puderam mandar seu filho Carl (nasceu 30 de maio de 1846 e faleceu em 24 de setembro de 1920 com 74 anos). para o colégio Swtaya Anna, um dos melhores da elegante capital da Rússia. Depois, mandaram-no estudar ourivesaria na Alemanha, Inglaterra, Itália e Paris.
Peter Carl era um jovem esbelto, de nobre perfil e dedos longos e afilados. De novo na Rússia, trabalhando entre os artífices de seu pai, revelou imaginação, sagacidade e um verdadeiro talento para a liderança. Em 1870, seu pai entregou-lhe a firma. Até então, a arte da joalheria tendia para a realização de peças grandes, pesadas e espalhafatosas, mas o jovem Fabergé compreendeu que o que torna um presente verdadeiramente principesco não são pedras cintilantes nem esmeraldas enormes, mas a habilidade posta na sua confecção: a cuidadosa escolha das cores dos esmaltes, a delicadeza do engaste das pedras e o esmerado acabamento de detalhes como dobradiças e fechos. Começou cada vez mais a afastar a linha de trabalho da casa dos colares elaborados e gigantescos broches, passando a criar objetos que ele preferia: pequenas flores adornadas de jóias, carruagens em miniatura, liteiras e mobiliário, pequenos animais esculpidos em pedra. Também produziu uma gama de objetos úteis (binóculos de teatro, cigarreiras, cabos de guarda-chuvas, tinteiros e campainhas), apresentados em deslumbrantes tonalidades de ouro e esmalte. As pessoas achavam suas criações irresistíveis, e a sua clientela acabou por contar com personalidades como o czar Alexandre III.
Certo dia, em 1883, o imperador consultou o seu imaginoso joalheiro a respeito de um problema. A czarina era propensa a crises de profunda melancolia, e ele pretendia presenteá-la pela Páscoa com alguma distração interessante que lhe estimulasse o ânimo. Fabergé comprometeu-se a criar o presente ideal. Com seu humor típico, esmaltou um ovo de Páscoa dourado de modo a aparecer um ovo comum de galinha, mas a casca, quando aberta, deixava ver uma gema de ouro amarelo baço. Dentro da gema havia uma surpresa: uma galinha de ouro, de uns três centímetros de altura, com olhos de rubis. Quando se levantava a cabeça da galinha, esta ao se abrir e mostrava uma coroa de brilhantes, de dentro da qual pendia um pequeno berloque de rubi em forma de ovo.
Mais tarde a joalharia Fabergé, ficou conhecida por seus famosos ovos tidos como obras-primas da arte das jóias. Os ovos eram produzidos com a combinação de materiais como ouro, prata, cobre e platina através da utilização de técnicas de esmaltagem plique-à-jour. Que continham miniaturas que eram de presente aos czares russos durante a Páscoa, e são, até hoje, objeto de disputa entre os maiores colecionadores.
***REPORTAGEM PESQUISADA BY JULIANA MELLO.
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